2012 - a hora da Grande Decisão


É chegado aquele grande momento da História, no qual as grandes decisões devem ser tomadas. Somente ali é que podemos ter claro a natureza das coisas. Sabemos claramente, por exemplo, que o mundo caminha no rumo de um grande caos ambiental que já anuncia muitos sintomas, e cada vez mais. São os próprios cientistas que o anunciam.
Há décadas atrás, algumas pessoas falavam que haveria uma grande inundação, um novo dilúvio, e que se deveria por isto procurar lugares mais altos. Hoje são os cientistas quem o afirmam, pois mesmo subindo poucos metros as águas dos oceanos, já será bastante para gerar um caos considerável.
Também vemos que a série de Conferências climáticas, não tem surtido efeito algum, faz-se propostas pífias e a tendência atual é quase a de ridicularizar tais iniciativas, a tal ponto que os países poderosos já tentam nem comparecer a elas. Com isto, conclui-se que os governos mais importantes e os estados mais poluentes, não estão interessados em colaborar, o que é grandemente um reflexo da opinião pública pouco esclarecida.
Porém, neste aspecto existe também uma conscientização crescente, fóruns têm acontecido para tentar resgatar a luta social e reverter a crise ambiental. Contudo, como costuma acontecer com todas as novas tendências e movimentos, este panorama se afigura ainda uma verdadeira babel de idéias e de intenções vagas, e pouco se chega de objetivo porque cada um deseja eleger o seu próprio foco de atuação, seguindo interesses particulares, e sempre mais ou menos confrontando o velho sistema ou tentando apelar para que ele mude, melhore, se conserte...
Esta é uma gasta utopia, o intento malogrado de mudar o sistema desde dentro do próprio sistema, a velha roda sem fim da política, o sistema pesado, viciado e atrofiado, e que teve os seus expoentes mais radicais nos revolucionários marxistas, que a rigor eram meros reformistas do capitalismo.
Em contraparte, ocorreu o movimento da contracultura, este sim trazendo muitas vezes elementos anti-sistema, mas que também se perdeu pela incipiência das propostas e da desunião das pessoas, já que estava eivado pelo anarquismo, muito embora através disto também se ventilassem práticas e conhecimentos tradicionais, mormente vindos do Oriente. Esta tendência é importante, porque traz no seu seio a idéia tácita de criar uma nova humanidade, através de sínteses espirituais e experimentos sociais.
As sementes deste novo mundo, têm sido semeadas por videntes e militantes da sociedade alternativa (que é outra forma de falar de uma dialética histórica, mais profunda e universal), em busca da vida simples, natural e espiritual. Em contraparte, as pessoas que vivem no sistema, simplesmente não se dão conta de que todas as “maravilhas” criadas pela Ciência e pela tecnologia, quase se limitam a reduzir os infinitos males criados pelo próprio sistema..!
Hoje existe uma tendência de buscar um “caminho do meio” nisto tudo, através das eco-vilas, que não obstante também terminam por ser cooptadas pelo mercado imobiliário ou apresentam de todo modo uma face elitista. Por esta razão, surge também nesta virada de tempos, uma proposta realmente revolucionária e abrangente, no bojo do projeto sociológico e civilizatório mais significativo do Ocidente, que é o “Projeto-Exodus - um Mundo para Todos”. Tratam-se das Cosmópolis, as cidades-cosmos destinadas a fomentar a reintegração do ser humano com o todo.

As novas “Cidades da Luz”

As grandes sínteses civilizatórias que são as cidades, representam momentos definitivos na busca pelos caminhos de renovação das coisas. As Cosmópolis seguem os novos cânones raciais, e se destinam a permitir a emergência de um novo modelo antropológico, seguindo a idéia de que “tudo principia na própria pessoa” e, nisto, a necessidade de existir “um novo lugar para um novo homem”. É preciso evitar os extremos. Dizer que a salvação não inclui um lugar geográfico, é permanecer no lirismo pisciano e protelar a Idade de Ouro que deve ser construída.
Assim, no auge dos tempos, na encruzilhada da História, deve emergir estas duas grandes propostas: a insistência malograda de investir em tentar consertar o velho, ou o esforço criador de realmente fazer emergir o novo. O novo sistema -que é na verdade um anti-sistema comparado ao velho, uma vez que se contrapõe às piores práticas antigas mas não confronta e nem tenta dialogar com este mundo viciado em falsidades-, é realmente um sistema novo porque as cidades representam a síntese e a expressão maior da civi-lização. As cidades não podem ser esquecidas para voltarmos às selvas e às vilas, mas podemos erigir cidades novas dotadas de todas as dimensões da fraternidade, da comunhão e da confraternização. Assim, as Cidades da Luz são como a es-pada de Deus separando passado e futuro, sobre o marco das grandes transições raciais...

O 2012 traz a chegada do “Sexto Sol” (ou Era solar) dos maias-nahuas ou da Sexta raça-raiz dos teósofos. Nisto, o Arcano VI, cujo protagonista é convidado a realizar uma op-ção na bifurcação de dois caminhos, se revela sugestivo sobre aquilo que deve ser realizado nesta altura das coisas, tal como a 6ª Iniciação também tem sido descrita na Filosofia Esotérica como “A Decisão”. O Arcano em vista demonstra, para além daquilo que significa todo o final de ciclo, que o valor seis possui uma grande expressão cosmológica, sinalizando em si mesmo um final de ciclo, de tal sorte que a dimensão setenária já representa o portal da sua escolha realizada.
A simbologia deste Arcano, envolvendo ainda a opção entre duas mulheres, também é pertinente porque a cidade no-va tem entre os seus propósitos organizar o amor perfeito das almas-gêmeas, o qual integra os cânones de psicologia avan-çada da nova raça e o universo da cultura do coração, que é o novo centro (chakra) a ser entregue ou ativado para a humanidade.
Assim, as Cidades da Luz surgem como a revelação de um novo imperativo ético e social para a humanidade, envolvendo a instrumentação final da força de mudança e o empo-deramento real de todas as tendências evolucionárias superiores. Na entrada do século XX, havia uma grande doutrina social em pauta através do marxismo, que na verdade representava uma adaptação “materialista” da grande síntese filosófica de Hegel, servindo assim para tentar resolver os dilemas sociais econômicos do Kali Yuga. Agora, na “encruzilhada dos tempos”, temos a matese-maior do Projeto-Exodus e das Cosmópolis, a cidade nova como sinal tangível de uma nova Civilização que “desce dos céus como uma noiva”, para usar a expressão do Apocalipse de São João acerca da revelação da Jerusalém celestial, a qual também se expressa na forma da Cosmópolis -ver a obra “As Cidades da Luz”, Ed. Agartha, Luís A. W. Salvi.
A nota realmente sensível nisto tudo, está no fato de que não há mais tempo para tentar investir maciçamente nos dois mundos, o velho e o novo -daí a necessidade da decisão! É como se tivéssemos remédio para apenas um paciente, e temos de realizar a escolha entre salvar uma criança ou um idoso. Tentar dividir o remédio, seria fatal para ambos! Natural-mente, não podemos pedir a todos que se dediquem ao novo, pois o espírito da novidade é sempre uma dádiva dos escolhidos, das pessoas chamadas internamente, para se aperfeiçoar para auxiliar as restantes pessoas. Ademais, é necessário que alguns ainda sigam realizando esforços pela melhoria do velho, ainda que tal coisa não seja o principal.
É preciso que as pessoas finalmente despertem para a necessidade das ações autônomas & coordenadas -afinal, assim é o sistema ao qual elas estão enfrentando. Muitos temem, provavelmente, que terão que sair levantando tijolos, efetuar plantações e assim por diante. Na verdade, tudo deve começar com comitês, assembléias, fóruns e com a difusão das idéias. A verdadeira semeadura dos mestres, é a semeadura das almas.
O importante nisto tudo, é que as pessoas interessadas na mudança, se dêem conta de que os esforços para mudar o velho mundo são frustrantes e até suicidas como provam estes vinte anos de frustrações desde a Conferência Rio-92-, porque aquilo tudo deve realmente terminar, e de pouco serve tentar remendar o velho sistema aqui e ali, porque ele é como um barco furado que já está afundando. A única coisa realmente sábia a fazer, é concentrar os esforços de todos para criar o novo e, a partir disto sim, começar a dialogar com o velho sistema em pé-de-igualdade, por assim dizer (inclusive através de uma militância eficaz, como merece a situação), e nunca como um dependente do velho mundo pedindo para que este Moloch enfermiço apenas melhore nisto ou naquilo, sob os humores da democracia e as ameaças da tirania. Afinal, necessitamos realmente aprender com a História, que os esforços de melhorar o sistema pela via da democracia formal, também tem sido sempre frustrantes, podendo até resultar em ditaduras cruéis que destroem gerações de esforços em educação e militância política.

As Cidades da Luz, serão finalmente como retirar a espada de Dâmocles que pende sobre as cabeças de todos que desejam o novo, fornecendo instrumentos para ação real no aqui-e-agora, dentro e fora das próprias cidades novas. Não poderemos sempre, contudo, construir as cidades que necessitamos em todos os seus detalhes, mas podemos começar as coisas mais humildemente, tendo esta estrela-guia da cidade ideal na alma, e no ambiente político da nação, onde eles escolherão “organizar um novo espaço para construir um novo tempo” ou seja: as regiões “novas” do país, o Centro-Oeste e o Norte amazônico. Afinal, atuar ainda nos litorais abarrotados, ou atuar nos interiores semi-desérticos da nação, também faz parte da decisão sábia a ser tomada por cada um...
Nas Cosmópolis, ou mesmo das “comunidades-de-base” que lhes darão origem, as pessoas viverão o novo em plenitude, e desde ali poderão oferecer ao mundo os frutos reais de um novo modelo de vida, atraindo assim cada vez mais as pessoas para esta forma nova de viver. A criação de uma alternativa viável de vida, é tudo que se necessita para começar a mudança do mundo. Para isto, é preciso con-centrar esforços na realização de uma proposta viável, adequada e unificada.


da obra “Vivendo no Tempo das Profecias”, LAWS, Ed. Agartha.